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Mostrando postagens de julho, 2019

Electric Light “Disco” Orchestra - 40 anos de “Discovery”

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Estamos numa avalanche celebratória de lançamentos fonográficos. A cada dia, álbuns fazem aniversários “redondos” – 20, 30, 40, 50, 25 anos – e a gente vai lembrando. Em alguns acasos, vamos tentando fazer justiça. É o caso deste texto que você começa a ler agora, que visa dar a glória e a belezura que “Discovery”, álbum lançado pela Electric Light Orchestra em 1979, merece. Não tenho qualquer problema em dizer que este é meu disco preferido de Jeff Lynne e seus acepipes (ou seriam asseclas?), indo de encontro ao que fãs “sérios” da banda pensam. Para eles, os primeiros trabalhos, mais imersos nas influências de Beatles e rock progressivo, são os mais dignos de lembranças e saudações efusivas. Entre a crítica especializada, no entanto, nenhum é. A ELO é um patinho feio para os “entendidos” em rock, que desprezam a melodia, a beleza e a engenhosidade do trabalho de Lynne como músico, guitarrista, compositor e produtor. Não importa, o cara é um talento historicamente reconhecido p...

Os 5 discos para conhecer o funk carioca

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Esperava algo diferente? Venho aqui apresentar cinco discos do mais legítimo funk produzido lá no maravilhoso estado do Rio de Janeiro. Apesar do estilo ser norte-americano, o funk chegou ao Brasil até bem cedo e por aqui influenciou bandas e artistas em fazer uma sonoridade divertida e balançante. A maioria dos discos aqui presentes vieram de um curto movimento musical que atingiu o Brasil entre 1976 e 1978 que foi o movimento Black Rio. Bandas que tocavam uma mistura do funk, soul e jazz norte-americanos misturados com o samba brasileiro começaram a atrair muita gente principalmente no Rio de Janeiro, onde surgiu o movimento. Porém, infelizmente, ao final dos anos 70, a disco music começou a tomar o lugar antes destinado as bandas funk brasileiras e elas começaram a perder contratos e não atrair mais o interesse das gravadoras, com a imensa maioria delas simplesmente acabando. Algumas retornaram algumas décadas depois para fazer shows e mesmo lançar alguns trabalhos. ...

Trip Hop - Marco Zero

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O tempo está voando cada vez mais rápido. Já podemos celebrar os 25 anos do surgimento de um novo estilo musical dentro da aquarela de música eletrônica exuberante dos anos 1990: o Trip Hop. Inicialmente o termo foi cunhado pela revista Mixmag para se referir ao primeiro disco de Tricky, “Maxinquaye”, gravado em 1994 e lançado apenas no ano seguinte, 1995. Quando a turma da Mixmag se deu conta do belo nome que havia criado, entendeu logo que as raízes daquele som estranho estavam plantadas há alguns anos antes e abrangiam um universo maior que o disco. Apesar de ser estranhamente sensacional, “Maxinquaye” era o resultado de algo que já existia desde o fim da década anterior e que estava relacionado de forma indissociável à cidade de Bristol, na costa britânica, para onde rumaram vários contingentes de imigrantes africanos e caribenhos, especialmente a partir do pós-II Guerra. Tais contingentes negros deram origem a manifestações culturais sem as quais o Trip Hop jamais teria sur...

Review: The Rolling Stones - Voodoo Lounge (1994)

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Nos quatro anos que separam o lançamento de “Steel Wheels” (1989) do início dos trabalhos de “Voodoo Lounge”, muita coisa aconteceu no campo dos Rolling Stones. O rancor e a desconfiança que minaram a relação de Mick Jagger e Keith Richards acentuaram-se com o lançamento de “Wandering Spirit” (1993), terceiro álbum solo do vocalista, o qual o guitarrista criticou publicamente. No mesmo ano, o baixista Bill Wyman disse adeus ao grupo com um anúncio ao vivo num programa de televisão. Richards não ficou feliz com a notícia; afinal, ele e Jagger teriam de lidar com a terceira mudança na formação dos Stones em 31 anos. Após vários testes em Londres e Nova York, o escolhido foi Darryl Jones, que havia tocado com Miles Davis e excursionado com Eric Clapton, Peter Gabriel e Madonna. Mas havia ainda uma grande questão a ser respondida: qual direção musical que a banda deveria seguir ao entrar em sua quarta década de atividade? Tomando seus álbuns solo como exemplo, Mick queria que o ...

Review: Diamond Head - The Coffin Train (2019)

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Surgido como um dos pilares da NWOBHM, mesmo não tendo atingido a fama e o reconhecimento como alguns de seus contemporâneos como Saxon e Iron Maiden por exemplo, o Diamond Head influenciou inúmeras bandas nos anos 80, inclusive o Metallica que por essa influência, coverizou uma de suas canções mais notórias, “Am I Evil” ao ponto de torna-la clássica e colocar a banda em evidência ou pelo menos lembrada e respeitada como nunca antes. Tendo lançado dois álbuns marcantes, Lightning To The Nations (1979) e Borrowed Time (1982), a banda se perdeu pelo caminho, entre idas e vindas nos anos 90 e 2000. De sua formação original, somente o guitarrista Brian Tatler continua levando o grupo adiante sempre com mudanças no line-up e a esperança de finalmente emergir com a banda. Após mais um retorno em 2016, a banda deixou uma boa impressão e agora está lançando um novo álbum, The Coffin Train (2019), segundo com o vocalista Rasmus Bom Anderson. O disco abre com uma pedrada chamada “B...

Review: The Black Keys - Let’s Rock (2019)

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Quando o Black Keys surgiu, em 2001, poucos diriam que a banda se tornaria uma atração capaz de lotar estádios e se bancar como headliner de grandes festivais pelo mundo, no entanto a chave do duo formado por Patrick Carney e Dan Auerbach virou após o lançamento de seu terceiro álbum, Attack & Release , de 2008, o primeiro produzido pelo requisitado produtor Danger Mouse (que por acaso faz parte de outro duo celebrado, o Gnarls Barkley). No entanto, o disco que pôs a banda de Akron, Ohio, em outro patamar foi Brothers , de 2010, que foi multipremiado e cujos videoclipes tiveram veiculação massiva na MTV. Os singles “Tighten Up”, “Howlin' for You” e “Next Girl” adentraram no inconsciente popular da música mundial. A banda se consolidaria com o ainda melhor El Camino , de 2011, e com o diverso (e excelente) Turn Blue , de 2014. Após um hiato considerável para artistas que atingiram tal patamar – foram 5 anos sem discos – Auerbach e Carney retornam com Let's Roc...

Review: Iron Maiden - Seventh Son of a Seventh Son (1988)

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“Steve e eu havíamos voltado a compor juntos. Quando ele mencionou a expressão álbum conceitual, meus ouvidos se espicharam e meu coração disparou. Trama, teatro: estava tudo lá em Seventh Son of a Seventh Son.” Assim Bruce descreve em sua autobiografia Para que Serve esse Botão? parte do processo de composição desse que, para muitos, trata-se do melhor álbum da carreira do Iron Maiden. Último a contar com sintetizadores nas guitarras e com a formação considerada clássica pela maioria dos fãs, o álbum foi gravado no Musicland, um estúdio que ficava dentro de um hotel em Munique na Alemanha, mesmo estúdio onde foi gravado o clássico Rising (1976), do Rainbow. Era inverno rigoroso, o que talvez tenha inspirado colocar um Eddie congelado em geleiras da Antártida na capa. Com influências de progressivo, o álbum conta com a famosa “cama” de teclados e mudanças de tempo em quase todas as músicas, principalmente na excelente e melhor faixa, “Infinite Dreams”, e também na músi...