Review: The Cranberries - No Need to Argue (1994)


Voltando a blogar, depois de um longo tempo… Quis o destino que eu fosse escrever sobre este disco (o meu preferido da banda), que já estava em mente há muitos anos, mas que, infelizmente, com a morte da Dolores, me tomou de assalto.

Como os mais chegados (ou não) do cenário alternativo sabem, os Cranberries foram formados na Irlanda, mais precisamente em 1989, na terra dos conterrâneos U2, The Corrs, Thin Lizzy, Rory Gallagher e tantos outros. A formação original da banda tinha Dolores O’Riordan nos vocais, o guitarrista Noel Hogan, o (mestre) baixista Mike Hogan e o baterista Fergal Lawler.

Vi a banda pela primeira vez em um programa de videoclipes da RedeTV! chamado Interligado, apresentado por ninguém menos que Fernanda Lima, onde passava tudo o que rolava na época de música nacional ou gringa. Em uma época onde não se tinha TV a cabo ou internet, assistir este programa era um acontecimento. O vídeo de “Animal Instinct”, do disco Bury the Hatchet, tem como tema uma mãe que perde a guarda dos filhos e no final faz de tudo para recupera-los. Esse clipe acabou me causando um grande impacto e logo desenvolvi uma empatia pela banda.

Através dos anos, depois de ouvir vários hits e não-hits do grupo, decidi escolher qual disco eu considero o meu preferido deles e a escolha, obviamente, foi o No Need to Argue, de 1994.

O que falar de um álbum que já inicia com “Ode to My Family”? O segundo single lançado deste disco, passando por “I Can’t Be With You” e chegando em “Twenty One”, que é minha balada preferida deles. Chega em “Zombie”, na qual Dolores se inspirou em atentados a bomba que aconteceram em Warrington, na Inglaterra, e que acabaram matando duas crianças. A sexta faixa se chama “Everything I Said”, uma linda balada que parece vir da mesma atmosfera que “Twenty One”. Seguem com “Disappointment” e “Daffodil Lament”. Depois, o último single lançado do disco, “Ridiculous Thoughts”, e mais adiante finalizando com a faixa-título.

Com suas letras sobre cotidiano, desilusões amorosas e sofrimentos pessoais, muitos jovens acabaram se identificando, principalmente o público feminino. Para elas, as letras faziam muito sentido e a viam como uma grande porta-voz.

É triste saber que muito do que O’Riordan cantou em suas letras foi mais forte do que ela. O que fica é o legado de uma das maiores bandas de rock, de grande sucesso nos anos 90, e uma das maiores cantoras de todos os tempos.

Siga a luz, Dolores O’Riordan. RIP.

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