Começando o ano de 2020 e voltando com a nossa série de "Meus 5 Discos Preferidos", é com enorme satisfação que trouxemos um grande parceiro e figuraça.
Nascido em Santos (SP), estudante de jornalismo, social media e enciclopédia musical ambulante. Responsável pela coluna Som na Vitrola, já colaborou com blogs culturais, fazendo coberturas, resenhas e entrevistas, sendo um colecionador aficionado e pesquisador de discos e livros de rock, jazz, MPB, soul e todas as vertentes possíveis. No Blog N’ Roll é colunista, social media e repórter.
Esta edição já deveria ter saído há tempos, é bem verdade, mas antes tarde do que nunca. Senhoras e senhores, com vocês... Victor Persico!
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Elton John, Captain Fantastic and The Brown Dirt Cowboy (1975)
"O Elton John em 1975 já era considerado um dos maiores rockstars da década. Tanto que o Captain Fantastic entrou logo em primeiro lugar no primeiro dia de vendas, além de ele ter sido considerado dono de 2% das vendas do mundo. Pensando assim, é muita coisa. O álbum é biográfico, diferente do Goodbye Yellow Brick Road de 1973, que é cinematográfico. Contando desde seu início como músico de bares londrinos, a parceria com o letrista Bernie Taupin e um pedido de salvamento por quase se casar com uma mulher, o álbum ainda contava com a banda original dele, totalmente perfeita e de brinde Ray Cooper fazendo o fundo musical com seu arsenal de percussão."
Deep Purple, Live in London (1974)
"Minha infância foi baseada em Beatles e Elton John. Até o momento que meu pai colocou este disco pra tocar. Live in London foi lançado em 1974 e traz a melhor formação do Deep Purple. Há pessoas que consideram o Gillan o melhor vocal do Purple, mas meu coração é do David Coverdale, cantando como se tivesse com a boca cheia junto com o Glenn Hughes assumindo o baixo com gritos extasiantes. A banda é uma orquestra, sem uma orquestra. O fundo musical feito pelo saudoso Jon Lord em seu orgão hammond deveria ser considerado patrimônio histórico do rock. Só para se ter uma idéia, o Deep Purple estava no Guiness Book na época como a banda mais barulhenta. Para quem for ouvir, aumente o som e aproveite."
The Beatles, Rubber Soul (1965)
"O divisor de águas na história dos Beatles. Um amadurecimento sonoro e respeitoso, mesmo que Lennon e McCartney ainda não davam trela para as letras de Harrison e Starr. O Rubber Soul começa com a introdução e riff de guitarra mais icônico do rock com "Drive My Car". Nowhere Man até hoje me coloca para pensar em como a banda estaria hoje, se não fosse a bala de John e o câncer de George. É bastante nostálgico, principalmente o solo de piano em "In My Life", feito pelo George Martin. Mas a cereja fica para Michelle, última música do lado A. Quantas vezes eu fiquei mudando os lados das caixas, onde uma saía a voz do Paul e na outra o backing vocal da banda junto com os acordes. Beatles é e sempre será algo mágico."
Sá, Rodrix e Guarabyra, Terra (1973)
"A primeira vez que eu ouvi este disco eu fiquei doido. O Sá, Rodrix e Guarabyra são tipo o Emerson, Lake e Palmer.... mas com o clima de interior de São Paulo, com vacas comendo capim, galinhas correndo e o café sendo feito, entende? É um rock rural da mais alta qualidade. O trio juntou bíblia com rock ao fazer Mestre Jonas, que foi engolido por uma baleia, a nostálgica Anos 60 das pessoas de topete na testa, blusão James Dean e globetrotter marrom. O álbum te faz pegar uma estrada para o interior. Você acaba se sentindo deste modo."
Barão Vermelho, Barão Vermelho (1982)
"Historicamente, quem abriu o rock nacional anos oitenta foi a Blitz com o álbum "As Aventuras da Blitz", mas não havia algo tão garagem quanto o primeiro álbum do Barão. Com Cazuza berrando Down em Mim, numa dor de cotovelo incontrolável e os pedidos de ter a sorte de um amor tranquilo em "Todo Amor Que Houver Nessa Vida", o Barão Vermelho já podia subir no Panteon do Rock Brasileiro. Mesmo com a banda ainda não tão afinada como se é hoje em dia, ignorando as separações e saídas de Dé e Frejat, a banda jogou nos pseudos-americanos letristas brasileiros que não se falava "Yeah!" e sim "ÉÉ!". Rock de garagem, gostoso de ouvir, como o estouro de um vulcão prestes a assolar uma cidade. No caso, seus ouvidos. Amor, dor de cotovelo, provocação e muito rock n' roll."
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