Grandaddy e os graves os riscos da modernidade em 'The Sophtware Slump'

Chat GPT, 5G, Coaching, apps que facilitam tudo a você, toneladas de informações de um nível de futilidade absurdo, fique rico e assine aqui, idiotização mental, Walking Dead vida real, Shaun of the Dead, falsas aparências, depressão, suicídio, ausência total de tempo onde só o que importa é um infinito correr atrás da máquina, mídias sociais agonizantes, vozes que não sabem o que dizem, para onde estamos indo? Eis uma pergunta que sequer é feita e por isso mesmo não se tem resposta.

Jason Lytle sempre teve atração pelo deserto e a natureza, como Walden ou A vida nos bosques (livro de Henry David Thoreau), mas a civilização sempre dava um jeito de o tragar de volta.

A mente por trás das ideias que permeiam um dos discos mais geniais dos anos 2000, era uma alma aflita em busca de equilíbrio em meio ao caos.
Sua banda, o Grandaddy, lançou 'The Sopthware Slump' anunciando o começo de uma década de mudanças colossais. Eles sentiam isso e queriam expressar o que sentiam. Nada que a própria ficção científica já não nos tivesse alertado, mas eles o fizeram com excelência nessa incrível obra de rock conceitual e necessária.

Toda sua temática aborda a disputa entre o homem e a máquina, uma guerra que estamos perdendo nitidamente, a pureza das montanhas contrastam com a decepção estéril da natureza urbana que devasta, pianos e guitarras que se misturam ao sintetizador, o analógico e o computador.

'The Sopthware Slump' é digno de aplausos infinitos e com toda certeza merece lugar no panteão dos grandes clássicos conceituais de rock.



Tudo nele é sobre sentimento, uma luta pela própria alma, melancolia e euforia que contrastam. Tudo nele tenta nos salvar do próprio vazio, uma mensagem que se faz cada dia mais urgente. Um disco que nunca vai esgotar seu prazo de validade.

Sua importância não passou despercebida, tanto que a obra ganhou, alguns anos atrás, sua versão em box de luxo com 4 lp's que contém material adicional e um dos discos todo em piano, coisa linda!

Se você não viveu este disco, por favor, experimente-o e reflita.

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