*Artigo produzido em 20/09/2017
Acredito que nunca na história desse festival tenha gerado tanto bate-boca desnecessário, tantas birrinhas adolescentes com o Rock in Rio, edição 2017, por esta primeira semana de evento.
A parcela de fãs que acompanham desde a longínqua primeira edição, sabe que sempre existiu diversidade entre as atrações, seja com Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Ivan Lins em 1985; George Michael, New Kids on the Block em 1991 no Estádio do Maracanã; e em 2001 passaram Britney Spears, FIVE e Sandy & Júnior; sem contar as recentes edições de 2011, 2013 e 2015 por aqui (Não contamos as edições de Madrid e Lisboa).
Ou seja, sempre existiu o pop em todas as edições e cá entre nós… São essas noites que “pagam” o custo do evento, são as noites que se esgotam mais rápido. Daí vem a dúvida: Onde estão os ‘rockeirões da patrulha’ que não saem de casa ao menos para dar apoio para uma banda autoral que está começando? E que perde seu precioso tempo reclamando de um evento que não tem rock. Lamentável.
Como estava dizendo, quem acompanha o RiR, sabia desde o decifrar das atrações quem viria, quem estava confirmando e não teve essa repercussão toda sobre as atrações, mas claro os que se acham no direito de falar alguma coisa - sem acompanhar - falam e compartilham memes nas redes sociais a vontade.
Rock in Rio é um festival de música. Simples. Se alguém vai para “lacrar” aí já uma outra história…
Mesmo esclarecendo tudo isso, não quer dizer que eu tenha gostado de tudo que vi. Realmente foi bem abaixo da média, então aqui vai breves opiniões pessoais sobre o que rolou de bom e ruim nos dias 15, 16 e 17 de setembro no Palco Mundo. Vamos lá!
SEXTA-FEIRA - 15/09:
Ivete Sangalo: Esteve nas últimas edições. Não assisti, não me chamou atenção além do momento com Gisele Bündchen cantando “Imagine” em prol do desmatamento da Amazônia. Não sei opinar.
Pet Shop Boys: Era a minha atração mais esperada nessa primeira semana. Não me empolgou. Show um pouco apático, apresentaram faixas do novo disco Super e alguns hits. Platéia não se empolgava (talvez em sua maioria ainda lamentando o cancelamento da Lady Gaga). Sem contar que o duo tocou em alguns momentos os clássicos em uma nova versão, sendo que quem foi aquela noite para ver eles, queriam ouvir as versões originais. Um tiro no pé.
5 Seconds of Summer: Uma banda nova de adolescentes sem nada muito de impressionante… MAS, que teve seu show bem mais animado que a atração anterior.
Maroon 5: (Subtítuto da Lady Gaga): Fez seu dever de casa nessa substituição. A banda de Adam Levine e Cia limitada, fez um show de vários sucessos radiofônicos desde o seu início de carreira mais ‘pop/rock’ até os dias atuais com uma roupagem mais dançante. O momento diferente do show foi a cover acústica de “Garota de Ipanema” de Tom Jobim com Adam tentando cantar em seu português.
SÁBADO - 16/09:
Skank: A banda mineira que já veio em várias outras edições (também recentes) fez o que sabe de melhor, chegou ensendiando e desfilando seus maiores hits, mostrando uma banda super animada e recebendo a mesma animação com Samuel Rosa fazendo seus discursos em prol da Amazônia e contra a atual gestão de nosso país (…) e gastando a maior parte do tempo de show interagindo com a platéia. Foi um showzão! (Aliás, nunca assisti um show ruim do Skank).
Shawn Mendes: Não vi nada além dos xingamentos a apresentadora do Multishow, Titi Müller por ter tirado uma foto com ele. Passo!
Fergie: Ela talvez tinha tudo na mão para ser a “diva da semana pop” mas que teve seu momento ofuscado pelo Pabllo Vittar fazendo uma participação em seu show. Tirando isso, uma apresentação confusa. Problemas com microfone, vídeos no telão em que praticamente tocava a música inteira e você tinha a sensação de estar vendo um YouTube, e em alguns momentos dava para perceber que desafinava em algumas de suas músicas, seja da carreira solo ou dos tempos de Black Eye Peas. Se baseando pelo público, com os hits solo e do BEP, todos os problemas foram esquecidos.
Maroon 5: Não acompanhei a segunda noite da banda. Nada de diferente além de “Adam Levine tira a camisa” que alimentou a mídia de fofocas e ‘TVs Fama’ da vida e da música “Lost Stars” que não foi tocada na primeira noite.
DOMINGO - 17/09:
Frejat: A atração que me interessava da noite (tirando o Nile Rodgers + Chic no Palco Sunset). Assim como o Skank, Roberto Frejat já é veterano de guerra no evento e vale relembrar que era guitarrista do Barão Vermelho na edição de 1985. Apresentação cheia de clássicos, seja do Barão, de sua ótima carreira solo, ou tocando alguns covers como sua homenagem para Luís Melodia. Platéia empolgada + hits = Não tem erro.
Walk the Moon: Passo! Prefiro o ‘moonwalker’ 😉
Alicia Keys: Uma ótima cantora, talentosíssima que fez um belo show. Momento peculiar foi da índia que subiu ao palco em prol da Amazônia - Mais uma manifestação.
Justin Timberlake: Antes do parecer, uma pergunta: O que tem demais na música de Justin Timberlake? O que se vê sempre é um cantor idolatrado mais do que devia. O ex-N*SYNC fez o encerramento da semana com o seu show de hits, momentos de suas danças, e… Nada além. O cantor não lança nada de novo há alguns anos e é figurinha carimbada no festival (vale lembrar as últimas edições). Então fica a pergunta no ar…
Para encerrar, o melhor show de cada noite do Palco Sunset que merece ser mencionado:
SEXTA-FEIRA - 15/09: Céu + Boogarins.
SÁBADO - 16/09: Blitz + Alice Caymmi + Davi Moraes.
DOMINGO - 17/09: Como já havia falado, Nile Rodgers + Chic (Um showzaço, digno de Palco Mundo).
É isso. Uma visão do que pude observar desta primeira semana que foi bem abaixo da média. Aguardamos ansiosos pela segunda semana com o - rock - no Rock in Rio, fazendo jus ao seu nome.
Nos vemos no segundo review!
-B.J.
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