Rock in Rio 2017: A semana rock do Palco Mundo


*Artigo produzido em 29/09/2017

Enfim, chegamos na segunda parte que ficou faltando do review sobre a segunda semana do Rock in Rio. Uma boa definição seria que foram shows épicos e outros bem frustrantes, mas mesmo assim, bem acima da média da primeira semana apesar de algumas exceções.

Com um pouco de atraso, aqui vai a minha opinião sobre os shows da tão esperada “semana rock” do festival, que teve 4 dias. Um dia a mais e que se iniciou na quinta:

QUINTA-FEIRA - 21/09:

Scalane: Show muito competente da banda brasiliense, que vem da nova safra do rock nacional, mas que infelizmente não houve tanto retorno do público. Muita gente ali só lembrava deles como “Ih, alá, a banda do Superstar da Globo”.

Fall Out Boy: PASSO. Único momento de interessante do show foi a versão de “Beat It” do Michael Jackson.

Def Leppard: Puta Show! Se passaram 32 anos desde a ausência da banda no Rock in Rio de 1985 e que foi bem recompensado. Um setlist de clássicos, músicas bastante polídas executadas ao vivo. Pena que o público, em sua maioria, não correspondia...

Aerosmith: O show mais esperado da noite, e que valeu a pena esperar. Um espetáculo! Steven Tyler, cantando em melhor forma como sempre, se movendo de um lado para o outro, Joe Perry fazendo seus números na sua guitarra no qual influenciou milhares de guitarristas. A “cozinha” (baixo e batera) da banda estava alinhada. Um show cheio de clássicos que merece ser revisto no YouTube.

SEXTA-FEIRA - 22/09:

Jota Quest: Uma banda para festivais como o Rock in Rio, falando no bom sentido. Com um repertório dançante, apresentaram algumas faixas do novo disco acústico que sairá em breve.

Alter Bridge: Apresentação MUITO competente, uma pena que a banda não seja tão conhecida no Brasil, ou, apenas como ex-integrantes do Creed + o vocalista da banda do Slash e que tenha sofrido do mesmo mal do Def Leppard no show...

Tears for Fears: Como tudo aqui vai pela minha opinião: O melhor show do evento. Recheado de clássicos, e destacando a execução impressionante das músicas (parecia o mesmo CD), a banda fez um dos mais aclamados shows tanto para quem os amam desde a década de 1980 como para os poucos que conheciam. Uma pena ter faltado “Woman in Chains”.

Bon Jovi: Não sei como está a banda por aí na turnê do novo disco, por mais que Jon Bon Jovi seja carismático, nessa noite muita coisa deu errado. O alcance vocal dele já não é mais o mesmo, a escolha das músicas estavam entre alguns clássicos antigos, algumas não tão conhecidas e músicas novas. Não foi um show tão empolgante, sem contar que deixaram de cantar alguns hits como “I’ll Be There For You” e “Always” como tinha no setlist. Enquanto eles encurtavam o show o Guns tocava quase 4 horas (ainda vamos chegar lá), vai entender...

SÁBADO - 23/09:

Titãs: A banda fez seu dever de casa abrindo a noite de sábado. Vários sucessos foram tocados além de 3 músicas do novo disco denominado como “ópera-rock’’. Aguardemos.

Incubus: Um show que não impressionou, que não quer dizer que a banda não tenha tocado bem ou algo de errado, pois algumas pessoas ali realmente foram por esta banda, mas o público, sim, eles outra vez, queriam ver The Who e Guns. E com razão...

The Who: Precisa falar mais ainda do que foi aquela celebração de Rock and Roll? Com R’s MAIÚSCULOS! Tudo já foi falado pós-show dos caras, mas o que vale destacar aqui é a emoção de ver aqueles 2 senhores no palco fazendo o que muito adolescente em uma banda de rock tenta fazer. Um show que entrou para história da música, como Hendrix em Woodstock ou Beatles no Shea Stadium.

Guns N’ Roses: Desastroso e cansativo. A expectativa era tão grande no ínicio, não se atrasaram, a primeira “It’s So Easy” dava vontade de aumentar a TV no máximo, depois a voz do Axl começou a dar aquelas falhas que todo mundo de uns anos para cá gosta de falar. Sim, não dá pra ficar calado quanto a isso. O show com mais de 3 horas de duração, com o vocalista que você cresceu ouvindo em sua melhor forma, realmente foi trágico. Até Slash, me parecia um pouco indisposto entre alguns pequenos erros nas notas mas Duff, sim, esse cara continua incrível. Um show gordo de hits e covers incluindo um grande hino punk do mestre Johnny Thunders, “You Can't Put Your Arms Around a Memory” cantada pelo baixista.

DOMINGO - 24/09:

Capital Inicial: Banda que sempre está abrindo algum dia de Rock in Rio e que por “coincidência, cara” (leia na voz do Dinho) abrindo para os Chili Peppers. Sinceramente, foi um show bacaninha, talvez tenha sido melhor do que alguns que acompanhei recentemente deles, tocaram alguns covers incluindo uma do Aborto Elétrico “Que País É Esse?”, talvez o maior hino de protesto de todo o festival junto com um coro de “Fora Temer!”. Já tá na hora né, Temer?

The Offspring: Um dos melhores shows da noite, a banda celebrou bem os hinos dos corações adolescentes dos anos 90. Da primeira a última música, tudo ótimo. MAS... O mal do Def Leppard estava lá, sim, muita gente se quer empolgou com as músicas. Azar o deles. Destaque para a versão linda de “Gone Away” no piano.

30 Seconds to Mars: poderia dizer meu derradeiro “Passo!” nessa, mas vou falar. Jared Leto sabe bem como cativar as pessoas, além de cantor, ator e outras coisas mais, ou seja, é um ‘entertainment man’. Subiu mais uma vez na tirolesa, chamou fãs para o palco, cantou no meio da galera a balada “The Kill”, chamou uma galera para o palco e tudo isso no total de 8 músicas (!). Sobre a música, não sei opinar.

Red Hot Chili Peppers: Na mesma noite o disco Blood Sugar Sex Magik estava completando 26 anos de lançamento, o público já estava super empolgado e esperando a entrada da banda. Vários sucessos como “The Zephry Song”, “Californication”, músicas do disco aniversariante “Sir Psycho Sexy” e a nova “Dark Necessities”. Faltou hits como “Otherside” e “Scar Tissue” mesmo. A banda tocou tudo como em seu protocolo, sem se estender. Uma boa banda para encerramento, mas que deixou muito a desejar.

Como fizemos no primeiro review, aqui vão os meus shows preferidos do Palco Sunset:

QUINTA-FEIRA - 21/09: Alice Cooper + Arthur Brown (Digno de Palco Mundo!) e Tyler Bryant & The Shakedown (Uma grande surpresa. Rock & Roll da melhor qualidade. Substituíram a banda The Pretty Reckless).

SEXTA-FEIRA - 22/09: Grande Encontro + Orquestra Pífanos + Grupo Grial de Dança. (Esse show fez a galera dançar forró no Rock in Rio).

SÁBADO - 23/09: Não acompanhei.

DOMINGO - 24/09: Ego Kill Talent (Banda muito boa do novo cenário do rock nacional) e Sepultura + Família Lima (Priorizando as -- destruidoras -- músicas do novo disco Machine Massiah sem deixar de tocar clássicos como “Roots, Bloody Roots”).

A grande decepção dessa semana no Palco Sunset ficou para o tão aguardado encontro de Nação Zumbi + Ney Matogrosso, que não deu certo. Foi vendido como “Nação Zumbi toca Secos & Molhados”, e que não foi o que aconteceu, além da falta de entrosamento entre Ney e Jorge. Foi constrangedor.

Um momento engraçado foi a participação de Supla no show do Doctor Pheabes, entrando ao som de “Dancing with Myself “ do Billy Idol falando “Ele não veio, mas eu vim!” e o mesmo no meio da galera assistindo ao show do Sepultura. Obrigado pelas gargalhadas, Billy Idol brasileiro.

E é isso, espero que tenham gostado da nossa visão, ou não, mas que é de certo esperar pela próxima edição em 2019. Até lá!

-B.J.

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