O ano de 2018 tem sido decisivo na carreira de Elton John. O artista lançou seu último Greatest Hits “Diamonds”, disponibilizou suas canções com Bernie Taupin para que outros artistas pudessem estragá-las ao seu modo nos álbuns “Revamp” e “Restoration”, sem contar que também foi anunciada sua cinebiografia que já começou a ser gravada. Com altos e baixos em mais de 40 anos de história, a carreira de Elton John é uma selva a ser desbravada pelo fã de música dos tempos modernos. Com uma concentração de genialidade absoluta durante os anos 70 e momentos de oscilação durante os anos 80 e 90, foi escrita assim, a carreira de um dos maiores artistas da história da música mundial.
Abaixo encontraremos álbuns definitivos de sua carreira, que merecem ser apreciados e redescobertos pelos fãs. Deixei na minha ordem de preferência.
Goodbye Yellow Brick Road (5 de outubro de 1973)
A história da parceria entre Elton e Bernie iniciou-se quando John procurava um letrista a pedido de sua gravadora, que gostou de sua voz e seu jeito de tocar, porém odiou suas letras. Respondendo ao anuncio, Bernie Taupin deixou uma lista de letras que John facilmente musicava. A parceria já rendia grande sucesso em todo Reino Unido e EUA, já com 7 álbuns lançados em um intervalo de tempo curtíssimo faltava uma fagulha pra elevar o patamar do artista para um nível superior.
Item obrigatório para qualquer coleção musical que se preze. Goodbye Yellow Brick Road representa o ápice criativo de Elton John e Bernie Taupin. Lançado em formato duplo, o disco o elevou ao patamar de gênio e consagrou de vez a sua carreira. Como uma sonoridade mais pop e acessível ao público, todas as canções pintavam imagens reais na mente de quem escuta. É possível ser levado para uma viagem a um mundo colorido onde há doces damas da noite, estrelas reais do cinema, como Marilyn Monroe e Roy Rogers, uma banda de glam rock fictícia, Bennie and the Jets, ao lado de gangsteres, amantes lésbicas e roqueiros em conflito. Entraram em definitivo para a história, canções como Candle in The Wind, Bennie and The Jets e sua faixa título. Porta de entrada obrigatória caso queira conhecer mais do artista.
Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy (19 de maio de 1975)
Os primeiros anos da década de 70 foram intensos para Elton John. Já reconhecido mundialmente e com milhões de álbuns vendidos ao redor de todo o Globo, a criatividade parecia não terminar para o jovem britânico e seu companheiro Bernie. Já exaustos da vida de fama, e com as conseqüências perigosas que elas trazem, chega o momento da dupla mostrar ao mundo sua própria história, a vida na cidade pequena, a chegada à cidade grande e sua saudade da vida pacata. Com todas as faixas recheadas de genialidade, melodia e poesia, Elton - Taupin entregam um dos maiores discos de sua carreira. Com sonoridade mais progressiva e com um ar de seriedade maior do que o entregue em Goodbye Yellow Brick Road, o álbum foi sucesso absoluto de vendas e críticas, principalmente nos EUA, onde a sonoridade inspirada no velho oeste americano fez com que todo povo da terra do Tio Sam se tornasse fã do inglês. Captain Fantastic funciona integrado como um todo. Todas as músicas se completam e a audição na íntegra é quase obrigatória. Os detaques individuais ficam com Bitter Fingers, com seu de canção camponesa, Better off Dead, a emocionante dobradinha We All Fall in Love Sometimes/Curtains e Someone Saved My Life que apoteoticamente conta a história do momento em que Elton começou a entender melhor sua sexualidade.
Too Low For Zero (1 de maio de 1983)
O fim dos anos 70 e o início dos anos 90 não representavam um bom momento para a carreira de Elton. O rompimento da parceria com Bernie Taupin representou uma queda criativa que se estendia desde Blue Moves lançado em 1976. Abusando dos experimentos e tentando mudar sua direção musical, Elton parecia se perder sem o seu companheiro de composição, aliado ao abuso de álcool e drogas em geral, nada dava certo, porém a genialidade é retomada em To low for zero. E os clássicos I Guess That’s Why They Call It the Blues, I’m Still Standing são lançados ao mundo fazendo um sucesso estrondoso e provando que o britânico segue vivo.
The One (22 de junho de 1992)
Tentando novamente retomar os rumos de sua carreira após um momento ruim na segunda metade da década de 80, Elton John conseguiu bom resultado com Sleeping with The past (1989). A continuidade era uma dificuldade, afinal, os tempos eram outros e o mundo vivia um turbilhão de mudanças musicais e estruturais no meio da indústria fonográfica. Gênio por si só, Elton identifica a necessidade de revigorar seu som e sua carreira entrega em The One uma sonoridade atualizada com a década, que estava se iniciando, obscuro, cirúrgico e certeiro criativamente.
Don’t Shoot Me I’m Only the Piano Player (26 de janeiro de 1973)
Preso a um contrato que o obrigava a lançar dois álbuns por ano, Elton e Bernie continuavam a escrever a história de uma das parcerias musicais mais bem sucedidas da história da música. “Don’t Shoot me” foi lançado alguns meses antes do clássico Goodbye Yellow Brick Road e apresentou ao mundo canções eternas como Daniel, Crocodile Rock e uma versão menos progressiva de Skyline Pingeon, lançada no álbum de estreia do artista. O disco ajudou a preparar o caminho para a chegada ao ápice que a dupla chegaria alguns meses depois, onde deixariam de ser apenas artistas de sucesso para se tornarem super astros da música internacional.
Por Murilo Tinoco
Postando em A Hora da Farofa
É uma bela lista, eu acrescentaria Madman Across the Water, de 1971
ResponderExcluirFica difícil escolher só 5 não é mesmo Ron? Com certeza Across the Water é também um grande clássico.
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