Nunca em suas mais de três décadas de história o Tesla soou tão super produzido como neste oitavo álbum de estúdio. O responsável por isso? Phil Collen, que, dando um baita passo na relação que começou com confraternizações nos bastidores, senta-se na cadeira do produtor e dela reina absoluto.
Em Shock, na mesma medida que a banda exibe seu desejo de tentar algo inédito — discurso repetido à exaustão por Frank Hannon em diversas entrevistas no decorrer dos últimos meses —, o guitarrista do Def Leppard mostra que aprendeu direitinho com “Mutt” Lange e conduz o trabalho como se inspirado pelo som gorducho e pasteurizado típico da segunda metade dos anos 1980.
Na real/oficial, o papel de Collen vai ainda além da produção, estendendo-se, também, à coautoria de boa parte, se não de todo o material aqui presente. Talvez por isso, músicas como “Forever Loving You” soem tão “Leppardescas”. Que fique claro que isso de modo algum é ruim. Só não é Tesla. Pena que o espaço seja dividido com coisas como “We Can Rule the World” e “California Summer Song”, que além de não serem Tesla são bem ruins.
O que se esperaria de Hannon e os outros se faz presente em “The Mission”, que reverbera a clássica “Changes”; “Tied to the Tracks”, espécie de nova “Heaven’s Trail”; e “Taste Like”, que não faria feio num trabalho recente do AC/DC. Não é Tesla, mas neste caso é quase.
Por Marcelo Vieira (Metal na Lata)
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