Listas são sempre motivo para desentendimento (e já basta o atual momento em relação a politica) ou, para muitos, motivo para diversão, como sempre foi o meu caso. Quem me conhece sabe bem o quanto gosto de listas, independente se concordo ou não, sempre atiça a curiosidade.
Depois de ler uma matéria da Ultimate Classic Rock com o título de “109 MAGICAL NIGHTS: THE MOST AWESOME LIVE ALBUM FROM EVERY ROCK LEGEND” uma pergunta me tomou de assalto: Quais são meus discos ao vivo favoritos? E se eu pudesse listar… Como ficaria? Pois bem, aqui estamos.
De forma decrescente, listei 20 discos internacionais lançados baseado em afetividade e significância na minha formação musical, então análises técnicas não são o caso por aqui. Talvez, logo depois desse texto ser postado a ordem dos fatores acabe mudando, mas sem alterar o produto.
Adiantando que em breve farei a segunda parte com os discos ‘ao vivo’ nacionais para complementar. ;)
Enfim, vamos a lista:
20. “Brazil ’96” — Men At Work (1997): Eu era uma criança quando ouvi esse disco na casa de um primo. O MAW já era uma banda que eu adorava e por ser gravado no RJ, por ser no Brasil, aquilo tomou ainda mais entusiasmo. Houve um relançamento com a mudança do título apenas para Brazil (1998) e a adição de “The Longest Night” gravada em estúdio.
19. “Still Life” — Rolling Stones (1982): Os Stones chegaram nos EUA em 81 para a turnê do maravilhoso Tattoo You (1981) e fizeram aquela que é (para mim) a melhor turnê da banda até hoje. O álbum ‘ao vivo’ é uma compilação dos melhores momentos da American Tour 1981.
18. “Tribute” — Ozzy Osbourne (1987): Gravado em 1981 (Mais uma vez 81!), composto por músicas do Blizzard of Ozz (1980) e Diary of a Madman (1981) o disco tributo mostra o falecido Randy Rhoads em belas performasses com a sua guitarra junto com o mestre Ozzy & banda. Um destaque especial para “Dee”, um out-take de estúdio do Mr. Rhoads no violão.
17. “Live At Shea Stadium” — The Clash (2008): O Clash foi banda de abertura para o The Who na turnê americana de 1982. Depois da ‘beatlemania’, era a vez dos ingleses do Clash tocarem no emblemático estádio de beisebol. Reza a lenda que foram vaiados até a hora do Who entrar, mas isso não importa. A banda estava em pura sintonia no palco.
16. “Jimi Plays Monterey” — Jimi Hendrix (1986): Um disco ANIMAL que teria vários motivos para estar entre os ‘cabeças’ da lista. Começando pela “
Introduction by Brian Jones” em homenagem ao guitarrista dos Stones, passando pelas sensacionais covers de “Killing Floor” (Howlin’ Wolf), “Like a Rolling Stone” (Bob Dylan), “Rock Me Baby” (B. B. King), “Wild Thing” (Chip Taylor) sem esquecer das impressionantes versões de “Foxy Lady”, “Hey Joe” e “Purple Haze”. Este é o emblemático ‘ao vivo’ da Fender em chamas. Foi relançado em 2007 com o título óbvio “Live At Monterey”.
15. “Live Rust” — Neil Young & Crazy Horse (1979): Mistura perfeita de sutileza dos violões com a ira das guitarras. A versão praticamente esmurrada de “Hey Hey, My My (Into the Black)” nesse disco é definitiva.
14. “Under A Blood Red Sky” — U2 (1983): Turnê do grande álbum War (1983) que fecha a primeira fase pós-punk do U2. Composto por gravações de shows no Colorado, Boston e na Alemanha. Foi lançado junto com o filme-concerto Live At Red Rocks: Under A Blood Red Sky.
13. “Reunion” — Black Sabbath (1998): Duplo e gravado no Birmingham NEC, esta é apenas mais uma das várias reuniões que o Sabbath fez em sua história. Praticamente todos os hits clássicos estão aqui sendo maravilhosamente bem executados. Há quem confunda este registro com o filme-concerto The Last Supper lançado em 1999, que não é verdade já que as imagens do DVD foram tiradas do festival Ozzyfest de 1998.
12. “Live At Wembley ’86” — Queen (1992): Gravado no lendário estádio de Wembley (quando isso era pra poucos artistas) na turnê do disco A Kind Of Magic (1986), vemos o Queen em uma das maiores apresentações de sua carreira. O lugar, o repertório, as interpretações, tudo isso faz deste ‘ao vivo’ um dos maiores do rock de todos os tempos. Seria a última turnê de Freddie Mercury com a banda.
11. “S&M” — Metallica (1999): O Metallica quando chamou a orquestra sinfônica de São Francisco, fez muito fã ‘true’ chama-los de “vendidos!” e tudo mais... Baboseiras. Nunca o rock e música clássica estiveram tão bem sincronizados.
10. “Live Era ’87–’93” — Guns N’ Roses (1999): Amado por muitos… Odiado por outros, a verdade é que este disco tem uma série de confusões que não vem ao caso (basta dá um “google” e você saberá). A banda já tinha acabado quando saiu este duplo ‘ao vivo’ do Guns N’ Roses e não menos importante por ser o único da discografia da banda.
9. “On The Night” — Dire Straits (1993): A infância também é capaz de trazer ótimas lembranças e aqui temos um bom motivo pra isso. Sua capa, com antenas parabólicas gigantes me fazia ficar observando por horas… O repertório não fica para menos com os clássicos “Your Latest Trick”, “Money For Nothing” e “Brothers In Arms”. Foi lançado na turnê de suporte de On Every Street (1992).
8. “Acoustica” — Scorpions (2001): Gravado em Lisboa, este é o nosso primeiro disco acústico desta lista. Grandes clássicos em grandes novas versões. Destaque para os covers de “Dust In The Wind” (Kansas), “Love Of My Life” (Queen) e “Drive” (The Cars).
7. “ Live At Donington” — Iron Maiden (1993): Muitos fãs de Iron Maiden não gostam deste ‘live’, mas como a lista é pessoal… Tenho alguns bons motivos (ou não). A turnê vem do grande clássico da banda nos anos 90, chamado Fear Of The Dark (1992); foi gravado no festival Monsters Of Rock de 1992; as versões aceleradas deste disco não se encontram em nenhum outro ‘ao vivo’ (se você gosta de punk, me compreenderá) e a capa com o Eddie meio pterodáctilo ou até mesmo a versão em branco, chama a atenção. É inegável que o Rock In Rio (2002) que viria depois seja foda, mas se estamos falando de afetividade… Voto nesse.
6. “Absolutely Live” — The Doors (1970): Disco dos tempos de ensino médio. Demorou um tempo para entender e gostar de The Doors. Hoje é uma das minhas bandas de cabeceira. Temos aqui uma espécie de compilação também. Meu primeiro contato foi com “Alabama Song (Whiskey Bar)” e “Universal Mind” e um novo mundo do rock me foi mostrado. Jim & cia em plena forma. Obrigatório em qualquer coleção.
5. “Live On Two Legs” — Pearl Jam (1998): Este é definitivamente o melhor disco ‘ao vivo’ (guitarras) do grunge. Uma compilação de shows do PJ durante a ‘tour’ do grande álbum Yield (1998). Clássicos em versões marcantes, esse é o adjetivo.
4. “Loco Live” — Ramones (1991): Este foi o meu primeiro contato com a banda que me serviu de bússola na adolescência, e porque não, banda da minha vida. Gravado em Barcelona, temos músicas separadas por “one-two-three-four!” do CJ Ramone e o resto vai abaixo. Considerado o disco mais rápido do mundo.
3. “A Little South Of Sanity” — Aerosmith (1998): Foi por uma fita K7 que este disco entrou na minha vida. Após o sucesso da turnê do álbum Nine Lives (1997) o Aerosmith lança um duplo ‘ao vivo’ contendo músicas de várias apresentações da turnê. Eles foram uma das raras exceções de uma banda de hard rock no sucesso durante os anos 90.
2. “MTV Unplugged In New York” — Nirvana (1994): O que falar deste disco, que já não foi dito? Mais uma vez, um disco em que meu contato começou por uma K7.
É, ainda, difícil descrever a emoção de ouvi-lo pela primeira vez. A voz limpa de Kurt Cobain, arranjos de acordeão e violoncelos, era tudo muito bem feito. A cada audição, o vício pela fitinha tomava conta e a curiosidade por querer assistir a apresentação, que só seria lançada muitos anos depois. Meu destaque especial fica para “Polly” e minhas repetidas vezes de audição.
Uma K7 e muita história |
1. “Live At Leeds” — The Who (2001): O que faz pra você um grande disco ‘ao vivo’? Ou, melhor, o que define “O melhor disco”? Aqui vai a minha teoria: ‘Feeling’. Desde os primeiros momentos de “Heaven And Hell”, com John Entwistle tocando no seu Frankenstein de quatro cordas (de arrepiar!), eu já sabia que estava prestes a dar de cara com uma avalanche sonora. Repare que esta é a versão dupla do álbum de 2001 do show + a performance completa de Tommy (1969) no segundo CD. A primeira versão em LP lançada em 1970 continha apenas seis músicas. Se você quer saber como uma verdadeira banda de rock deve se comportar no palco, este é o guia definitivo.
MENÇÕES HONROSAS:
Simon & Garfunkel — The Concert in Central Park (1982)
Motörhead — No Sleep ’Til Hammersmith (1981)
Rush — Exit… Stage Left (1981)
Rod Stewart — Absolutely Live (1982)
Led Zeppelin — BBC Sessions (1997)
Jethro Tull — Bursting Out (1978)
KISS — Alive II (1977)
Thin Lizzy — Live & Dangerous (1978)
David Bowie — Stage (1978)
Depeche Mode — 101 (1989)
The Cure — Show (1993)
Deep Purple — Live At The Olympia ’96 (1997)
Journey — Greatest Hits Live (1998)
Judas Priest — Priest…Live! (1987)
The Kinks — One For The Road (1980)
Paul McCartney — Good Evening New York City (2009)
The Police — Live! (1995)
Red Hot Chili Peppers — Live In Hyde Park (2004)
R.E.M. — R.E.M. Live (2007)
Talking Heads — The Name Of This Band Is Talking Heads (1982)
Duran Duran — Arena (1984)
The Smiths — Rank (1988)
Echo & The Bunnymen — Live In Liverpool (2002)
Coldplay — Live 2003 (2003)
Nirvana — From The Muddy Banks Of The Wishkah (1996)
Alice In Chains — Live (2000)
Faith No More — Live At The Brixton Academy (1991)
Oasis — Familiar To Millions (2000)
Blur — Parklive (2012)
Cream — Live Cream (1970)
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