O convidado dessa semana no "Meus 5 Discos Preferidos" já trabalhou por mais de 10 anos cobrindo a fórmula 1 e outras categorias do automobilismo mundial. Depois de um período descontente com o assunto, resolveu tocar para a frente um antigo sonho que era falar sobre sua outra paixão: a música.
Assim nasceu o Musique-se e para descrever o blog, ninguém melhor que o próprio editor. Com vocês, Ron Groo:
"O caráter do Musique-se é plural, assim como o meu gosto musical é. Vai de Slayer à Tom Jobim em questão de segundos.
Mas o foco é rock mesmo.
Convidei a Manu para integrar a equipe e ela tem cuidado de várias coisas.
Um diferencial da gente é a busca por bandas e músicos independentes... A gente entrevista, colhe impressões, ouve o que estiver à disposição e divulgamos.
Os resultados, ainda que modestos, estão nos animando.
Aos poucos vamos pegando o jeito e imprimindo nossa pegada aos textos...
Bom... O Bruno me pediu cinco álbuns e lá vão eles. Sem ordem de preferência."
Recado dado. Obrigado por ter aceitado nosso convite, Ron!
***
Queen, News Of The World (1977)
"Conheci o Queen estragando uma fita cassete de um tio meu.
Daí já dá pra sacar minha idade... Tive que comprar uns discos para tentar arrumar o estrago (na verdade, o The Works (1984) e daí fui me apaixonando e comprando todos os discos lançados aqui.
Quando comprei o News of the World foi arrebatamento à primeira ouvida.
A agulha descia e aquele “tum tum pá/tum tum pá” já hipnotizava... e ia embora.
Acho que ouvi este disco pelo menos umas cinco mil vezes, exagerando um pouco.
Decorei a ordem das músicas, as letras e até os silêncios do disco.
Minha preferida dele é, por pouquinho, “It´s Late”. O Brian May arrebenta nessa"
Legião Urbana, Dois (1986)
"Moleque adolescente, com ódio de coisas “alegrinhas” como a Blitz, foi só ouvir “Indios” que caiu chapado.
O que era aquilo? Que letra linda, complicada, que melodia doida...
Ouvi o Dois antes de ouvir o primeiro deles... Era outro disco que eu cantava todas as letras por mais difíceis que fossem.
“Acrilic on Canvas”, “Daniel na cova dos leões”, “Fabrica”... eu nem tinha idade pra isso, mas parecia que o Renato estava cantando pra mim...
Comprei em cassete, depois vinil umas três vezes, por fim em CD."
Luiz Melodia, Pérola Negra (1973)
"O disco me caiu nas mãos e eu fiquei fascinado... Que disco! Era samba, era maxixe, era forró e era... Blues!
Melodia é o bluesman do Morro de São Carlos no RJ e esse disco de estreia mostra isso perfeitamente.
A faixa título tem uma pérola do oxímoro que me encanta: “baby te amo, nem sei se te amo”."
Alceu Valença, Molhado de Suor (1974)
"Só se não for brasileiro pra não se emocionar com Alceu. E olha que os gringos, mesmo sem entender as letras, se emocionam.
Eu já gostava do Bruxo há muito tempo... Tinha o Sete Desejos, o Estação da Luz, mas quando me caiu nas mãos este disco de 74 eu pirei.
Peso, tradição, melodia, rock and roll... Não tem rótulo pra esse disco.
E as letras?
A faixa título é tão repleta de imagens malucamente lindas que é difícil não se empolgar: Eu gosto/ É de morrer de sede/E é de beber teu beijo/É de tocar teu corpo
Molhado de suor.
E ainda tem “Vou danado pra Catende” com os dedos da moça datilografando numa engrenagem de pernas pro ar...
Um monte de professor que trabalha comigo tem dificuldade de entender a carta que Telminha não recebeu porque Alceu não lhe escreveu."
Humble Pie, Smokin' (1972)
"Eu não sei, juro, o que me atraiu neste disco.
Se foi a elegância das composições, a beleza das melodias, o talento dos músicos envolvidos, o soul, o rock... Não sei.
Mas quando ouvi pela primeira vez “30 days in a hole” eu pirei.
Steve Marriot que morreu de uma forma besta tão jovem, manda bem demais no disco todo.
Não é dos mais reconhecidos da banda, mas me fez amar demais os caras, sua história e sua música.
Não tem uma semana que eu não ouça pelo menos uma vez este disco."
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