Review: The Strokes - The New Abnormal (2020)


Depois de sete anos do último e controverso álbum Comedown Machine (2013) e quatro anos do EP Future Present Past (2016), o The Strokes lança um novo álbum de inéditas. Dessa vez com o trabalho de Rick Rubin, produtor veterano e bastante conhecido por trabalhos como Reign in Blood (Slayer), Licensed to Ill (Beastie Boys), Blood Sugar Sex Magik e Californication (Red Hot Chili Peppers).

Se você é fã (como eu) da primeira fase garage rock da banda, esqueça. O que Julian Casablancas, Nick Valensi, Albert Hammond Jr., Nikolai Fraiture e o brasileiro Fabrizio Moretti apresentam aqui são canções que falam sobre seus passados gloriosos e temas pessoais com base de muitos teclados. O disco vem com o total de 9 músicas, sendo que 7 ultrapassam a média de 3 minutos dos demais registros do quinteto. Com essas informações, já dá para perceber que é um álbum bastante atípico em sua discografia.

"The Adults Are Talking" inicia o disco com Julian quase sussurrando, a boa "Selfless", "Brooklyn Bridge To Chorus" apresenta os teclados, no modo dançante, fazendo lembrar levemente de coisas do New Order. Dando sequência, o segundo single lançado "Bad Decisions" lembra "Dancing With Myself" do Billy Idol. "At The Door" vem com os seus sintetizadores marcados e doses de melancólica, aliás, a banda usufrui bastante deste recurso como nunca.

E aí vem "Why Are Sunday’s So Depressing" - com um título que eu tenho de concordar - em que levemente faz lembrar os momentos áureos da banda com guitarras swingadas e melodia grudenta. A minha favorita do disco.

"Bird On Money", Jean-Michel Basquiat (1981)

Vale muito destacar a belíssima arte da capa chamada "Bird On Money", de 1981, do artista norte-americano Jean-Michel Basquiat, falecido em 1988 após um coquetel de drogas. Jean-Michel é o DJ que aparece no clipe de "Rapture" do Blondie.

No geral, para quem esperava um álbum com coisas novas, em conjunto com a sempre competente produção de Rick Rubin, irá adorar o disco. Mas, como apreciador dos primeiros trabalhos, das sincronias entre as guitarras da dupla Valensi e Hammond Jr., do aspecto mais sujo e punk de seu repertório, o disco desaponta. Fica a sensação de que aquele Strokes, não voltará mais. Ruim para uns, bom para outros.


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