O tempo é uma linha reta, o novo é sempre breve. Minhas próprias palavras ditas agora, já ficarão no passado e dessa forma tudo é tão somente um eterno presente.
Dito isso, o tempo é sempre passado, presente e futuro. A forma em que vivemos o agora, formata nosso amanhã. Então, o melhor que se tem a fazer é buscar um bom uso para ele.
Meu envolvimento com a cultura musical, por vezes garimpa o que há de novo, mas nunca esquece o que o passado deixou de relevante. Há sempre algum disco clássico, de conhecimento geral e unanime e há sempre um clássico onde é preciso escavar para obter acesso, meio que como um trabalho arqueológico mesmo.
No mundo há pessoas que preferem ficar em um estudo básico e outras que seguem na busca de aperfeiçoamento e mergulho profundo em conhecimento. A segunda opção é mais complexa, pode não gerar retorno algum, mas colabora positivamente quando dá luz sobre algo que estava na obscuridade.
Hoje em dia, as plataformas de streaming são ótimas para obter uma sacada geral nos panoramas musicais, mas pecam ao ocultar pérolas que estão fora da atual batalha do algoritmo.
A banda canadense Lighthouse nasceu em Toronto, no Canadá, em 1968 e destacou-se por fazerem um Jazz rock vigoroso, mas apesar de toda excelência de seu trabalho e da força de seus 11 integrantes, eles nunca conseguiram projeção suficiente para que fossem lembrados no futuro. É uma banda que poucos conhecem e que tem como ponto auge o álbum ‘One fine morning’, lançado em 1971.
O disco é o quarto lançado por eles, um fruto de mudanças, troca de gravadora, troca de vocalista, a entrada de Bob McBride, combinada com a nomeação do produtor Jimmy Lenner, deram à banda o senso de direção que tanto precisava.
‘One fine morning’ é recheado de grandes canções como “Little kind words”, “Love of a woman”, “Old man”, “1849”, “One fine morning”. O resultado de um passeio pelos sulcos dessa obra, levam o ouvinte a uma bela experiência em mais de 25 minutos de um lado e 22 do outro, onde cada música tem um poder e uma sensação de completude que nenhuma neo big band da época, conseguiu com tanta maestria.
Por Nino Lee Rocker (@garimpeirodasgalaxias)
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