Entrevista PE: Henrique Giacomini, vocalista e guitarrista da banda LeBruce

Na volta do Entrevista PE, batemos um papo com Henrique Giacomini, vocalista e guitarrista da banda LeBruce, de Pacajus, Ceará. Uma nova banda do cenário independente brasileiro que está prestes a lançar o seu mais novo single “Não Existe Mais Amor”.

A entrevista foi realizada ontem, um dia antes do lançamento do single. Confira!

Parede Elétrica: Fala, Henrique! Beleza? Se apresente aí para os leitores do Parede Elétrica.
Henrique Giacomini: Opa, meu nome é Henrique Giacomini, tenho 22 anos e sou vocalista, guitarrista e compositor da LeBruce. Nasci em São Paulo, capital, Zona Norte, na região do Imirim (amor por essa região) e vim para Pacajus, Ceará, se não me falha a memória, no final de 2014.

PE: Como é a cena dessa cidade? Existe público para o rock? Sempre tem aquele estigma do forró ser o gênero predominante no estado do Ceará.
Henrique: Quando eu cheguei aqui, principalmente nos primeiros anos, existia uma cena bem viva, um número interessante de bandas, um público legal e eventos em um espaço de tempo bem legal também. Lembro que, em 2015, acho que tiveram 3 eventos no ano, com bandas vindas de Fortaleza. A cena era mais viva.

Hoje em dia, a gente se encontra carente de bandas pela falta de renovação mesmo. Pouca gente nova fazendo isso, talvez o sonho do guri de hoje em dia não seja mais ter uma guitarra e montar uma banda ou talvez só existam poucos exemplos, pela cidade. Acho que atualmente a gente vive uma cena em construção e acredito muito que possamos influenciar gente nova a surgir.

PE: Como foi sua escolha pela guitarra e em ser vocalista de uma banda? Duas funções muito importantes em uma só. Como foi seu início na música?
Henrique: Bom, assim como quase todo mundo, eu comecei com um violão e um quarto, mas quando eu comecei a tocar com banda isso eu tinha uns 15 anos. Comecei tocando guitarra, foi uma transição natural, mas pela falta de baixistas na cidade eu acabei indo pro baixo. Fiquei um bom tempo sendo baixista das bandas novas que surgiam, sempre cover de alguma coisa como CPM 22, Legião Urbana e os clássicos covers.

Sobre as funções da banda, cantar é algo novo pra mim e surgiu na LeBruce, depois de participar de mil e uma bandas que nunca deram certo por depender de outras pessoas, a banda começou somente comigo, então cantar não foi muito uma escolha: Foi uma necessidade. Eu sabia que para fazer isso dar certo, teria que ser assim. E deu certo (risos).

PE: E assim, chegando até o LeBruce. Me fala, como foi a ideia da banda? Conceito, estilo, etc. Como surgiu as formações e de onde vem o nome “LeBruce”?
Henrique: A LeBruce começou a surgir em São Paulo, quando fiz 18 anos. Saí de Pacajus e voltei pra São Paulo, para estudar cinema, e parte das músicas começou a nascer lá. “Clássico Grenal” foi uma dessas músicas, isso em 2018, mas ela ganhou forma real em 2020, quando eu cheguei para o Breno Oliveira, do Estúdio Microfonia, com 5 músicas demo, “voz e violão” e um sonho.

O nome surgiu de uma das minhas maiores referências como artista que é o Lucas Silveira (líder da Fresno) e no trabalho solo dele Visconde (2014), tem uma música que chama “Lebruce” e foi uma música que conversou demais comigo nesse período nebuloso em São Paulo.

Quanto a formações, sempre foram um problema na LeBruce. Existiram diversas até a gente chegar no trio que estamos hoje com William Silva, na bateria e Lívia Dote, no baixo.

Henrique Giacomini, guitarra e vocal. Foto: @seuzedasfotos

William Silva, bateria. Foto: @seuzedasfotos

Lívia Dote, no baixo. Foto: @seuzedasfotos

PE: O LeBruce é uma banda de pop/rock com letras confessionais, que falam sobre situações e experiências que parecem terem sido seguramente vividas. De onde vem as influências, as referências da banda? As letras falam de coisas que aconteceram com você?
Henrique: Tenho muita referência em bandas como Maglore, Los Hermanos e Engenheiros do Hawaii. E sim, 100%. Costumo até brincar que a LeBruce é uma homenagem às minhas dores e decepções.

PE: 100% de verdade. A banda estreou em 2020 com a música “Clássico Grenal”. Algum motivo especial pelo título da música?
Henrique: Sim, sim! Tenho meu amor pelo Grêmio e pelo futebol em geral e “Clássico Grenal” nasce de uma analogia entre o relacionamento a dois e o clássico. É um lindo caos. É bonito ver o amor do clássico e das torcidas, mas as vezes esse amor intenso machuca outras pessoas e a analogia nasce de como o relacionamento a dois, as vezes, é sobre machucar sentimentos um do outro.

PE: Quer dizer que você é gremista?
Henrique: “Com o Grêmio onde o Grêmio estiver”. (risos)

PE: Em 2021, a banda lançou o seu EP ‘Dance seu Tango’, que saiu pelo selo independente Pankeka Records, com mais 4 faixas, além da mencionada. Em 12 de setembro, do mesmo ano, sai “O Soneto de um Qualquer Sozinho”. Por que do lançamento do single, apenas 7 meses depois do EP?
Henrique: Acho que o principal motivo, era o de tentar encontrar um tempo descente entre os lançamentos e conciliar isso com o financeiro. Os primeiros anos da LeBruce foram muito intensos, pois tinha toda essa parte de fazer música, gravar, entender as formas de se engajar com as redes sociais, organizar Spotify, fora a parte de aprender todo um mundo de registro das músicas. São partes importantes que pouco se fala.

PE: Chegamos a 2022 e sai o single “+1 Vez”, pelo Estúdio Microfonia. Como foi o processo de criação, lançamento da música em um período saindo da quarentena?
Henrique: “+1 Vez” é uma regravação da banda Pra Sempre Outono, composta pela Bibiana Lorscheiter e isso já foi incrível, porque sempre fui fã do trabalho da Bibiana e regravar uma música dela, que fez parte da minha adolescência, ter contato com ela, isso foi sensacional por si só.

O processo dessa música foi diferente, a gente tava em um momento de transição na banda, o baixista na época, Elisson Inácio, tinha acabado de sair da banda e eu acabei gravando, baixo, guitarras e violões. O envolvimento com essa música foi mais intenso ainda e foi um alívio gravar fora da pandemia. O processo presencial é bem mais real e legal também, diferente de ‘Dance seu Tango’ que foi 80% ou mais, feito a distância.

PE: As artes das capas já são uma marca da banda. De quem é a autoria?
Henrique: Sim, as artes são feitas pela artista de Santa Catarina, Isabela Agoniada, e é algo que foi amor à primeira vista. Desde o primeiro momento que vi a arte dela, senti que era a cara da LeBruce.


As artes da LeBruce são de autoria de Isabela Agoniada. Foto: @isabelaagoniada

PE: Então, chegamos na mais nova notícia: o lançamento do single, chamado “Não Existe Mais Amor”. Apresente o mais novo trabalho da banda. Quando sairá?
Henrique: O novo single “Não Existe Mais Amor” sai no dia 12/05 e ele é o primeiro passo em direção a um novo EP, ainda sem nome.

Novas experiências sonoras, como sempre. Eu gosto de frisar que não temos a necessidade de se repetir. Como a gente já falou mais acima, as músicas são 100% vivências e estou sempre descobrindo coisas novas, ouvindo coisas novas e isso influencia na criação.

PE: Henrique, para finalizar a nossa entrevista, temos duas perguntas que serão inauguradas e serão sempre utilizadas em nossas entrevistas.

Qual é a sua maior referência, quem te influencia no exercício de sua função? No caso, como guitarrista e vocalista.
Henrique: A minha referência máxima, guitarrista, compositor e vocalista, é o Rodrigo Koala da banda Hateen. A minha vontade de compor nasceu de entrevistas dele e eu tenho o trabalho dele, principalmente como compositor, como referência master suprema. (risos)

E indique-nos um artista ou banda nova para a audição dos nossos leitores.
Henrique: Eu indico a banda Tráfego Hotel, de Fortaleza, curto muito o trabalho deles, muito mesmo.

PE: Para finalizar, gostaria de agradecê-lo por ter participado de nossa entrevista. Diga as suas considerações finais.
Henrique: Eu gostaria de agradecer ao Parede Elétrica, pelo espaço. Gosto muito de falar sobre o início da LeBruce, porque acredito que é um começo inspirador e que pode fazer com que apareça novas bandas e artistas, principalmente em nossa cidade. Mostrar que com um violão, 5 músicas e muita vontade de fazer a coisa acontecer, é possível. É realmente querer. Valeu, Parede Elétrica!


>>> PRE-SAVE “NÃO EXISTE MAIS AMOR” <<<


REDES SOCIAIS LEBRUCE

Instagram: @lebruceofficial
Facebook: Lebruceofficial
Spotify: LeBruce
YouTube: LeBruce

Comentários