Em meados de 1973, os britânicos do Supertramp, com dois álbuns lançados (o último, Indelibly Stamped, de 1971), não haviam conseguido lançar uma carreira sustentável com os mesmos e entraram em falência, obrigando o núcleo criador da banda, Roger Hodgson e Rick Davies, a terminar o Supertramp naquele ano de 71. Mas as coisas não pareciam ser tão simples assim, pois Stanley Miesegaes, o holandês milionário e patrocinador do grupo, resolveu terminar o contrato, deixando para os rapazes dívidas de cerca de 90 mil libras. O jeito foi reunir músicos e reformular o Supertramp, inclusive para salvar o contrato com a A&M.
A correria começou quando os caras começaram a servir de banda de apoio para Chuck Berry pelo cachê. Passado algum tempo e com músicas sendo compostas para o sucessor do derradeiro Indelibly Stamped, o Supertramp entra em estúdio em Novembro de 1973 para as gravações.
O que poderia acarretar no verdadeiro fim se os britânicos não tirassem seus nomes da lama, se tornou a salvação definitiva para o que viria a ser toda a carreira de uma execução muito competente, e aqui falo de Crime of the Century, o quarto álbum da banda e o primeiro a entrar nas paradas (n° 4 no Reino Unido). A capa, por si só, faz viajar apenas com um conceito de comunicação visual, um belo trabalho do artista gráfico Paul Wakefield. O produtor Ken Scott também leva os méritos, inclusive sendo apontado o responsável por algumas revistas inglesas da época por deixar o álbum com gosto de Beach Boys e até Pink Floyd, o que seria uma fusão do Pop Progressivo que citei acima. Crime of the Century, que possui sucessos absolutos como Dreamer, School, Bloody Well Right e a excelente e linda música que dá nome ao álbum, foi por anos a base do repertório dos shows do grupo e apontado pelos fãs e por muitos críticos o melhor trabalho do Supertramp desde então, agarrando uma boa dose de sucesso no exterior, ainda antes do movimento Punk assolar a Inglaterra, em 1976.
Por Johnny Paul (Vinho & Vitrola)
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