CVC: Joia psych-rock dançante entre as novas promessas britânicas

CVC é a abreviação de Church Village Collective, é também o nome que batiza o sexteto galês que mais promete na atualidade após o lançamento de ‘Get Real’ um dos discos mais bacanas de 2023, álbum que certamente entrará na lista dos melhores do ano, ao menos aqui, na redação do Parede Elétrica.

A história deles começa em 2019, como uma banda cover e de jam sessions que acabou apostando no autoral e em fração de segundos passou a arrastar multidões por onde iam, talento por todos os lados era o que não faltava e isso culminou em ‘Get Real’, uma pérola que exala a sonoridade captada das eras de 60 e 70 com uma vibe pop eletrizante e irresistível.

‘Real to Reel’, ep lançado em julho do ano passado, colocou na roda 4 faixas como aperitivo ao que viria pela frente, o gostinho de quero mais foi inevitável. Realmente, como dizia Hilly Cristal: ‘‘havia algo ali, tanto em som como em presença de palco e vibração musical’’.

Com o lançamento de ‘Get Real’ o impacto é instantâneo quando nos deparamos com pataços do tipo “Good Morning Vietnam”, inegável que estamos diante de um dos maiores e honestos hits do ano, nada de tik tok, nada de mega produção, nada de milhões em jogo ou produtores hiper renomados, apenas o bom e velho rock’n’roll swingado e feito com a mais pura alma e paixão pelo passado glorioso de nossa música predileta.

Church Village é um vilarejo de tranquilidade e harmonia, de pessoas simples e coisas simples, um local situado em uma colina a 16 quilômetros de Cardiff, muito do que o CVC carrega em si é fruto dessa atmosfera, um lugar perfeito para dar início a uma situação que resgata um amor profundo a uma coleção de discos respeitosa e que serve de receita incendiária para a fórmula produzida por eles.

O processo foi rápido, o ep saiu pouco antes da pandemia nos parar, fisicamente foi impossível levar a mensagem de paz e amor do CVC pelos dois anos mais terríveis dos últimos tempos, mas o burburinho tornou-se incapaz de ser contido e logo que o mundo começou a reabrir suas portas, tudo o que se ouvia era: você precisa assistir a esse show antes que seja tarde.

Todo esse falatório logo os levou a apresentações incendiárias em festivais como Leeds e Reading, sem contar a longa lista de shows com ingressos esgotados por vários lugares da Europa.

‘Get Real’ possui nítidas influências de nomes como The Beatles, Earth, Wind and Fire e Supertramp, também investe na psicodélica dos anos 60 e belas texturas setentistas, como eu já havia dito antes. Um disco primorosamente elegante como suas próprias vestimentas de brechó, um desbunde total.

Não há como impedi-los, o topo é inevitável, uma banda necessária. Como eles mesmos gostam de falar, o lance é “paz, amor e bons tempos, permaneça real, permaneça verdadeiro e é isso”. Longa vida ao CVC.



Comentários