‘Hunter’ é o terceiro e último disco completo, até
o presente momento, lançado pela cantora
britânica Anna Calvi, o que não significa que ela
tenha encerrado suas atividades artísticas. Em 2022, dois singles vieram a tona com “Ain’t No Grave” e
uma versão ao vivo da faixa-título do referido
álbum, gravado ao vivo no The Roundhouse, que é essa
a pauta para essa resenha. “Hunter” retornou por
que há um motivo, ela dialoga e entrega algo de
poder e força incontrolável.
‘Hunter’ foi o disco mais aclamado da artista que, nesse ponto, já era comparada ao nível de Patti Smith e P.J Harvey. Manter a obra fidedigna a esse padrão cult de crítica não é tarefa das mais simples.
Para que este texto seja totalmente compreendido, seria bom que parássemos tudo por alguns minutos e ouvíssemos “Hunter”, a canção, sem que nada do mundo lá fora nos interrompa. Difícil, mas possível, tente fazer.
O que você ganhará com isso? A resposta é um deleite de 4 minutos onde várias referências irão passear por sua mente, um clima que caberia perfeitamente na trilha de Twin Peaks, uma latente linha vocal inspirada na entonação característica de Bowie, uma textura que remete ao auge da 4AD, um sabor nostálgico de alguma pérola do Portishead ou Massive Attack e ecos de Julee Cruise, Diamanda Galas e Scott Walker, é pouco? Não, não é pouco mas tem mais.
Há um sentimento expresso que faz com que todas as composições que permeiam o disco voltem todas as suas atenções a essa faixa que batiza o álbum, trata-se de um grito de liberdade, uma manifestação de verdade, o prazer dos sentidos, a perda do controle, a aceitação do desejo latente, consciente, permissível, um sinal dos tempos, uma voz que nada teme, uma poesia erótica em todas as suas entrelinhas.
Anna Calvi abraçou a causa de gênero, é ousada, uma porta-voz feminista e de direitos iguais, é o reflexo de uma época, está aqui para ser apreciada, para levantar questionamentos necessários em um panorama que gera conflito, desigualdades e intolerâncias. Calvi veio para somar e não confundir, sua voz e sua arte são absolutamente necessárias.
Anna Calvi existe na periferia de muitas coisas: indie, rock, art rock, pop cinematográfico, ser menino, ser menina. Em “Hunter” ela se recusa a esclarecer qualquer coisa, provando ser todas essas coisas e nenhuma delas. A cantora desafia-se sem temor expondo uma natureza que é humana porém enclausurada, ela fala sobre si mesma e acaba revelando emoções nada distante de todos nós.
É tudo simplesmente pessoal sem apelar para o vulgar como costuma acontecer nos dias de hoje, onde o “causar” é uma meta acima de qualquer outra coisa por meros interesses que apenas surfam uma onda e isso é inadmissível.
Ouça ‘Hunter’ na íntegra e sem moderação e tire suas próprias conclusões, mas tente ser verdadeiro consigo mesmo.
‘Hunter’ foi o disco mais aclamado da artista que, nesse ponto, já era comparada ao nível de Patti Smith e P.J Harvey. Manter a obra fidedigna a esse padrão cult de crítica não é tarefa das mais simples.
Para que este texto seja totalmente compreendido, seria bom que parássemos tudo por alguns minutos e ouvíssemos “Hunter”, a canção, sem que nada do mundo lá fora nos interrompa. Difícil, mas possível, tente fazer.
O que você ganhará com isso? A resposta é um deleite de 4 minutos onde várias referências irão passear por sua mente, um clima que caberia perfeitamente na trilha de Twin Peaks, uma latente linha vocal inspirada na entonação característica de Bowie, uma textura que remete ao auge da 4AD, um sabor nostálgico de alguma pérola do Portishead ou Massive Attack e ecos de Julee Cruise, Diamanda Galas e Scott Walker, é pouco? Não, não é pouco mas tem mais.
Há um sentimento expresso que faz com que todas as composições que permeiam o disco voltem todas as suas atenções a essa faixa que batiza o álbum, trata-se de um grito de liberdade, uma manifestação de verdade, o prazer dos sentidos, a perda do controle, a aceitação do desejo latente, consciente, permissível, um sinal dos tempos, uma voz que nada teme, uma poesia erótica em todas as suas entrelinhas.
Anna Calvi abraçou a causa de gênero, é ousada, uma porta-voz feminista e de direitos iguais, é o reflexo de uma época, está aqui para ser apreciada, para levantar questionamentos necessários em um panorama que gera conflito, desigualdades e intolerâncias. Calvi veio para somar e não confundir, sua voz e sua arte são absolutamente necessárias.
Anna Calvi existe na periferia de muitas coisas: indie, rock, art rock, pop cinematográfico, ser menino, ser menina. Em “Hunter” ela se recusa a esclarecer qualquer coisa, provando ser todas essas coisas e nenhuma delas. A cantora desafia-se sem temor expondo uma natureza que é humana porém enclausurada, ela fala sobre si mesma e acaba revelando emoções nada distante de todos nós.
É tudo simplesmente pessoal sem apelar para o vulgar como costuma acontecer nos dias de hoje, onde o “causar” é uma meta acima de qualquer outra coisa por meros interesses que apenas surfam uma onda e isso é inadmissível.
Ouça ‘Hunter’ na íntegra e sem moderação e tire suas próprias conclusões, mas tente ser verdadeiro consigo mesmo.
Comentários
Postar um comentário
Participe! Comente! Dê sua opinião.