Para minha satisfação, essa vontade quase sem explicação com que amanheci hoje de falar sobre o quarteto britânico de Liverpool seria suprimida, frente a descoberta de que hoje o primogênito Please Please Me faz 60 anos. Para aproveitar o sopro de velinhas, decidi fazer uma crítica relâmpago para o álbum, a partir de uma audição também relâmpago, mas imersiva.
O álbum responsável por ingressar de maneira concreta os meninos de Liverpool na indústria musical não condensa um tempo muito longo de duração. 31 minutos e 59 segundos. É rapidinho. Ao ouvi-lo, fica claro como o LP foi concebido para ser ouvido nos famigerados clubes adolescentes dos anos 60. Dá até pra se visualizar em um deles só de ouvir-lo. As faixas começam bem simpáticas e ambiente como “I Saw Her Standing There”. Depois, vão sendo intercaladas por algumas baladas mais lentas e assim o fluxo vai seguindo, até a festa terminar em arroubo completo com "Twist and Shout”.
Seu caráter realmente conduzia os quatro a serem o que hoje conhecemos por “boyband”. E de fato, eles o foram, pelo menos neste álbum, da cabeça aos pés: As faixas abarcam temas românticos, auto piedosos, melosos e até ingênuos sobre o amor. Ouvir o disco é também honrar sua época e dessa forma, comparar com o presente. Não posso negar que é engraçado imaginar que um garoto passando pela mesma situação das faixas “Anna” ou “Baby it’s you”, em outras palavras, traição (ou, a modo cru: chifre) vai assumir aquela voz melodiosa de John Lennon e postura compassiva sobre a amada e ‘deixá-la ir, se o outro te ama mais”. É mais um exemplo de como chega a ser ridículo tal abordagem para agradar o público alvo feminino.
Em contrapartida, pude absorver também um sentimento muito singelo. Apesar de toda a indubitável melosidade, não resta dúvidas de que essa era uma época em que os sentimentos eram mais expressos e aceitos. “P.S I Love You” poderia ser facilmente dedicada para sua garotinha ou parafraseada ao fim de uma carta. “Do You Want To Know a Secret” é tão carinhosa que chega a derreter o coração. “Ask me why” revela a emoção de ter a garota que sempre quis ao seu lado, não podendo nem mesmo reter as lágrimas de emoção. Ouvir músicas como essas e perceber que pertencem a um tempo onde o amor era mais sólido, era mais compromissado e longe da velocidade e liquidez de hoje, é a razão por trás do valor de ouvir um disco de 60 anos atrás.
Em contrapartida, pude absorver também um sentimento muito singelo. Apesar de toda a indubitável melosidade, não resta dúvidas de que essa era uma época em que os sentimentos eram mais expressos e aceitos. “P.S I Love You” poderia ser facilmente dedicada para sua garotinha ou parafraseada ao fim de uma carta. “Do You Want To Know a Secret” é tão carinhosa que chega a derreter o coração. “Ask me why” revela a emoção de ter a garota que sempre quis ao seu lado, não podendo nem mesmo reter as lágrimas de emoção. Ouvir músicas como essas e perceber que pertencem a um tempo onde o amor era mais sólido, era mais compromissado e longe da velocidade e liquidez de hoje, é a razão por trás do valor de ouvir um disco de 60 anos atrás.
O álbum também me serviu uma bandeja de nostalgia. Algumas das músicas nele contidas, me fazem voltar a um certo período da minha vida, em que aquelas canções começavam a ser descobertas e um gosto musical, moldado. “Please, Please me” (a faixa-título) é uma delas, e a tenho como passaporte vitalício para essa máquina do tempo. “There’s a Place”, “A Taste of Honey” e "Twist and shout" também estão nesse clube.
Se elas cheirassem, elas teriam cheiro de infância. Uma infância na qual os Beatles passaram para dar formação. John, Paul, Ringo e George, vocês me agradaram efetivamente.
Por Karol Santos (@kaslyns)
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