Review: The Pop Group - Y in Dub (2021)

Para quem não é por dentro do submundo do pós-punk, Y é o álbum de estreia dos britânicos do The Pop Group, lançado em 1979. O produtor e músico Dennis Bovell deu uma nova cara ao debut remixando as faixas originais, adicionando camadas de efeitos sonoros e manipulação de mixagem para criar uma nova atmosfera psicodélica e espacial.

O álbum Y original foi um marco no pós-punk, com seu som experimental, letras políticas e influências diversas, incluindo funk, free jazz e música africana. Com a versão dub de Bovell, as faixas ganham uma nova dimensão, com efeitos de eco, delays, reverberações e distorções que transformam a sonoridade original em algo ainda mais inovador e experimental.

Entre as faixas destacadas nesta versão estão "We Are Time", "Savage Sea", "Words Disobey Me", "Don't Call Me Pain" a notória "Boys From Brazil" e a grandiosa "Thief Of Fire", que passou a iniciar o disco. Sim, ainda houve a alteração da ordem das músicas que — na minha opinião — só melhorou o trabalho. A voz do vocalista Mark Stewart é muitas vezes manipulada, cortada e transformada em um instrumento adicional nas mixagens de Bovell, criando uma paisagem sonora densa e surreal.

A reinterpretação de Dennis Bovell, intitulada Y in Dub, foi lançado em 2021, quarenta e dois anos após o álbum original, e é considerado uma obra seminal do gênero dub punk, que funde o punk rock com o dub jamaicano. Dennis Bovell é um nome importante no desenvolvimento do dub punk, tendo trabalhado com artistas como The Slits e Public Image Ltd, entre outros.

Hoje, lamentavelmente, perdemos o frontman Mark Stewart e até o momento não se tem notícia da causa. Pouco importa. O seu legado permanece.

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