Meus 5 Discos Preferidos: Heitor Franco (Volurya)

Foto: Felipe de Sousa

Seguindo a tradição por aqui, é hora de conhecermos um pouco mais das preferências musicais do guitarrista da Volurya, Heitor Franco, entrevistado do nosso último "Entrevista PE".

Está no ar mais uma edição do "Meus 5 Discos Preferidos". Confira as escolhas!


Meshuggah
Nothing (2002)

"Com certeza o 'Nothing' é um dos meus álbuns favoritos. Esse álbum é super cadenciado e quebrado ao mesmo tempo e isso me fez virar a chave na minha mente com relação a ouvir, compor Metal e até mesmo a ouvir as músicas que já ouvia de uma forma diferente. O 'Nothing' renovou um lado do Metal Progressivo que hoje é mais chamado de "Djent", que tá sendo amplamente explorado atualmente porque tem o lado do Metal Moderno envolvido e tudo mais. Mas tem um álbum que nunca vou superar e vai ser esse e é com relação a tudo! Tem guitarras bem arranjadas e quebradas ao mesmo tempo que tem uma bateria fazendo outra coisa que encaixa perfeito com o baixo e vocal e tudo vira uma "bagunça organizada" muito bem colocada e é simplesmente avassalador. Ele teve e tem um grande poder de renovar o metal a partir das referências que os outros artistas inspirados neles podem colocar. A música ápice dos caras é com certeza a "Straws Pulled at Random" porque tem vocais pesados, linha pesada de guitarra ao mesmo tempo que lá perto do fim da música, tem um solo de guitarra muito calmo em meio a toda a fúria dos riffs da música. Simplesmente fantástico!"


Pantera
Vulgar Display of Power (1992)

"Esse clássico do Groove Metal é absurdo porque tem muitos riffs impactantes logo de uma vez jogados na sua cara. O fator de ter muito Groove como o próprio gênero já diz, me atrai muito porque faz as pessoas curtirem com vontade as músicas e os álbuns da banda. As linhas do guitarrista do Dimebag Darrel são lindas e ele sem dúvida é referência para mim com relação a estudar riffs, fazer riffs pesados e meu jeito de tocar guitarra, coisa que aprendi tocando algumas músicas desse álbum como "Rise" e "Walk". A música que mais se destaca nesse álbum é logicamente a "Walk", porque é a mais famosa, mas a que mais me encanta é a música "A New Level" pois ela tem um solo muito bom de guitarra e uns riffs muito cravados com bateria, baixo e vocal que deixa tudo muito pesado e impactante. É absurdo ver a relevância desses caras até hoje!"


Spiritbox
Eternal Blue (2021)

"Em 2021, eu ouvi o 'Eternal Blue' e fiquei de cara com o quão complexo é o conjunto da obra. Vocais líricos e com guturais em uma música só, guitarras melódicas e pesadas pra caramba com baixo e bateria marcadíssimos me fez parar, sentar e pensar em como os caras fazem os arranjos e renovam uma cena, que é a cena do Metalcore Moderno e Djent, moldando tudo com uma pureza e naturalidade muito grande. A banda já lançou coisas antes desse álbum que são alguns singles, que são muitos boas por sinal mas nada como o impacto que esse disco trouxe na comunidade Metal. O álbum tem músicas muito boas como "Holy Roller" e "Constance" que são os dois níveis que esse álbum possui, mas eu amo a "Secret Garden" porque ela é uma mistura de tudo que a banda pode oferecer. Guitarras groovadas e melódicas, vocais melódicos e líricos com uma bateria super marcante e baixo de presença. É incrível ver como os caras criam as músicas com tamanha naturalidade".


Lamb of God
Ashes of The Wake (2004)

"Lamb of God é simplesmente incrível a partir do momento em que lançaram o 'Ashes of The Wake'. É tudo tão pesado que eu não consigo explicar. Há uma presença poderosa em todas as músicas que me pegou de vez quando eu o ouvi pela primeira vez. As guitarras com um peso absurdo conseguiram me prender e me influenciar a querer compor minhas próprias coisas também. Quando ouvi o álbum e a banda em si, me despertou o lance de querer fazer meu próprio som seguindo a linha, logicamente, não igual e nem parecido, mas que tenha traços do que eu curto e que seja algo diferente. Sem dúvidas, o álbum e o Lamb of God em si são divisores de águas na minha vida enquanto músico, com relação a querer mostrar como eu enxergo a música pesada e alternativa para o mundo. A melhor do álbum é a majestosa "Laid to Rest", a mais linda e a que mais me pegou quando eu ouvi o álbum. Eu consigo relembrar o quão em choque eu fiquei quando coloquei ela pra tocar no meu fone de ouvido. Ela é simplesmente uma música forte para mim com relação a dar o primeiro passo para montar meu projeto e mostrar minha arte".


Cartola
Cartola "Cartola II" (1976)

"O 'Cartola II' lançado em 1976 pelo grandiosíssimo mestre Cartola é um clássico da Música Brasileira. Eu sempre tive esse lado do samba na minha veia porque meu pai ouvia e ouve muitos artistas dos anos 70/80 referentes ao Samba, MPB e Bossa Nova. Eu amo esses estilos pelo fato de ser criativo demais com relação a melodias e ritmos que são criados por brasileiros que são reconhecidos internacionalmente. O 'Cartola II' é especial pois eu uso ele para criar linhas que tem nas músicas brasileiras que são mais quebradas com relação a melodias e acordes que já ouvi e vi usarem em rodas de samba tocando algumas músicas do Cartola como "As Rosas Não Falam" e a "Preciso Me Encontrar" que são hinos do samba e música nacional! A minha música favorita dele é "O Mundo é um Moinho" porque ela é tão pessoal com o jeito que ele fala sobre a questão da vida em si e de um jeito bem forte que me traz logo algumas ideias para criar as composições da Volurya, juntamente com a vocalista Inês Ferreira. É uma das minhas maiores referências para compor de um jeito mais aberto ou fechado as letras da banda".


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